sexta-feira, 31 de março de 2017

Relógio de Pulso


Já quis te apressar velho relógio,
Para ser logo um adulto,
Mas você é muito rígido,
Com seu tic-tac ininterrupto;

Se for possível explicar,
Mande então seu argumento;
Como funciona esta mágica
De ser o marcador do tempo?
Quando estou bem passa depressa,
Quando estou mal, muito lento.

Trio de ponteiros dourados,
Tratado com muito zelo,
Hoje, apenas artefato,
Pra mostrar quem tem dinheiro,
Iludido por um instante,
Pensou ser imortal,
Deixado a própria sorte,
Nesta era digital.

Tudo agora é despedida,
Te conto meio sem jeito,
Provou do próprio veneno,
Tornou-se obsoleto,
Hoje não tem mais uso,
Por eu prezar a liberdade,
E você fica enrolado no pulso,
Como algema da vaidade.

2 comentários:

  1. Parabéns Zé.
    Simplesmente amei tudo, em especial esta "relógio de pulso". Vc é um grande poeta. Um abraço de sua amiga de escola Lóren Medeiros.

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