sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Solidão


A xícara caiu
Não há pressa em intervir
Ideias que invadem
Ousado impedir.

Se a eloquência está na interação
Que chuva de solitários pensamentos
Que surgem, e chamam
Convocam a olhar por dentro
E lento, digerir o pensamento
Bruta dualidade!
Difícil de engolir.

Todo gênio é solitário
Não por opção
Mas por escassez de semelhantes.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Flor Urbana


Sou flor urbana,
suportando tramitação,
crescendo sem pedir
em meio a gotas de poluição,
escutando sem querer,
progresso de civilização.

Sou flor urbana,
procuro estar erguido,
ás vezes em desequilíbrio,
mas sempre em exibição.
para poucos que percebem,
e mesmo que neguem,
é inevitável comparação.

Sou flor urbana,
mas não fico sempre a espera,
do regador da primavera,
ou da chuva de verão.
meu anseio é mais forte
por não depender da sorte,
para molhar o coração.

Sou flor urbana,
e vou levando a vida,
no jardim da avenida
ganho a luz do farol,
ora ou outra no escuro,
sob um monte de entulho,

Sinto
saudade
do amigo
sol.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

"Ajedrez"


Silêncio que oculta
clima de tensão
homens se enfrentam
sem mesmo por as mãos
não há cheiro de pólvora
quadrado o mundo está
já se passaram meia hora
impossível notar
numa batalha de cérebros
cavalos em trajes belos
por um reino lutar:
Xadrez!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Carteiro


Num dia de chuva
eis que eu vejo
um dedicado carteiro
andando apressado
e todo molhado
no interior mineiro

Pisando na lama
uma carta me traz
molhar não se importa mais

Peguei a encomenda
com tremenda rapidez
de tão empolgado
não notei minha estupidez

Pensei: que maldade!
foi minha ansiedade
que me deixou assim

Deveria ter dito
um grande obrigado
a quem trouxe a carta pra mim...